Quatro pessoas acusadas de assassinar de mulher durante ritual em cemitério do RS viram rés na Justiça
23/03/2024
(Foto: Reprodução) De acordo com o Ministério Público (MP), vítima chegou a ser crucificada. Líderes religiosos admitiram que bateram na mulher "para expulsar o encosto, o espírito do mal que estava nela". Todos estão presos. Caso aconteceu em Formigueiro, na Região Central do Rio Grande do Sul. Cemitério de Formigueiro, onde mulher foi morta durante suposto ritual
Fernando Ramos/Formigueiro REAL
A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou rés quatro pessoas acusadas de assassinar uma mulher durante um suposto ritual dentro de um cemitério em Formigueiro, cidade no Centro do estado. Segundo o MP, a vítima, identificada como Zilda Correa Bittencourt, de 58 anos, chegou a ser crucificada.
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Os nomes dos acusados não foram divulgados, mas o g1 confirmou que são Francisco Guedes, de 65 anos, apontado como líder de um centro religioso na localidade de Passo do Maia; e também os irmãos Nayana Rodrigues Brum, de 33, e Larry Chaves Brum, de 23; além de Jubal dos Santos Brum, de 67 anos. Os quatro estão presos.
Conforme o MP, os quatro respondem por homicídio qualificado. As qualificadoras são: motivo torpe, emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda de acordo com o MP, o crime foi praticado mediante tortura e à traição.
"O crime praticado pelos quatro réus foi estarrecedor, com requintes de crueldade extrema, brutalidade dificilmente vista e foi um delito que provocou grande repercussão e comoção social, não só em Formigueiro, mas também nas demais cidades da região e em todo o Estado", pontuou o promotor responsável pela denúncia, Fernando Mello Muller.
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Fernando Ramos/Formigueiro REAL
O caso
Segundo a Polícia Civil, a vítima sofreu espancamentos que teriam começado em uma casa que era usada para rituais. Em seguida, ela foi levada ao cemitério, mas voltou à casa e, por fim, retornou ao cemitério. O processo teria sido acompanhado pelo marido e filho dela.
Na segunda passagem pelo cemitério, quando a mulher morreu, o filho e o marido dela teriam sido orientados a ficar do lado de fora, esperando pelo fim do ritual. Ao estranharem a demora, teriam entrado no local e encontrado a mulher morta, amarrada a uma cruz.
Atendimento médico foi solicitado pelos familiares. Teria sido neste momento que a polícia foi acionada. Posteriormente, duas pessoas foram presas em flagrante. No dia seguinte, mais dois foram presos.
Duas das pessoas presas, líderes religiosas, admitiram que bateram na mulher "para expulsar o encosto, o espírito do mal que estava nela".
"Mas disseram, também, que não lembram muito do que fizeram porque estavam com entidades incorporadas", divulgou a Polícia Civil
Laudo de necropsia emitido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que a causa da morte aconteceu por "ferimentos por instrumento contundente".
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